Literatura - Antonieta lança Saragaço

Familiares e amigos prestigiaram o lançamento do segundo livro da escritora Antonieta Mercês da Silva, no dia 17 de outubro, no Águas de Palmas Resort. O romance tem 160 páginas e narra a história do povo gancheiro de uma forma realista, com um linguajar caiçara que logo se percebe que foi alguém daqui que redigiu.

Na ocasião, Antonieta foi pega de surpresa pelo presidente da Academia de Letras de Governador Celso Ramos, William Wollinger Brenuvida, e convidada para integrar uma das cadeiras.

Saragaço é um livro

fascinante pelo seu universo

ambientado: uma vila

de pescadores nos confins

de um ribeira-mar só

acessível por água em que

uma gente simples, pia,

devotada e generosa sobrevive,

vive, convive. Ali,

medram seus credos, modos,

pequenas e grandes alegrias e

desgraças também pequenas

e grandes, como é do feitio de

qualquer viver em comunidade

distante e isolada.

Saragaço é fascinante pela

sua linguagem caiçara, um

modo acaboclado de falar,

um luso-caipira ao mesmo

Sertão e Açores. Uma delícia

de sotaque, um linguajar

completo, que se apresenta

desencabido, vibrante,

pleno, jamais como biscoito

exótico. Em Saragaço a linguagem

é o lugar, as gentes,

os aconteceres. Um farfalar

que onde o sertão se encontra

com o mar.

A arquitetura de Saragaço

imita as vagas no ir e vir de

memórias que beijam as

areias quentes do presente.

A narrativa vem construída

em ondas que se sucedem

mansas e inapeláveis. Neste

livro palpita uma catarinensidade

que já não há, senão

no bem-querer, mercê de

quem fora, como Antonieta.


Joel Gehlen—Jornalista e escritor